Compositor. Arranjador. Professor. Copista. Instrumentista. Flautista. Saxofonista. Passou a infância na região de Itaqui, no Município de Campo Largo, no Paraná, onde foi influenciado e incentivado pelo avô materno Jerônimo Durski. Posteriormente, mudou-se para o bairro curitibano de Batel. Iniciou a carreira artística por volta de 1917, produzindo músicas para conjuntos regionais, jazz bands, cordões de carnaval, bandas , fanfarras e orquestras. No mesmo ano, assinou suas primeiras composições, as valsas “Saudosas Recordações”, depois rebatizada como “Tristes Recordações”, e Visão d’um sonho”. Em 1928, apresentou-se com seu grupo Ideal Jazz Band no Graciosa Country Clube. Do repertório desta orquestra constavam sambas, marchas, fox’s, choros, valsas, e tangos, além de schottisch e rancheira. Em 1927, com integrante da Orquestra da Cia. de Operetas Clara Weiss, tocando flauta, atuou no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis, capital catarinense. Em 1930, integrou a Banda da Polícia Militar que costumava realizar apresentações na Praça Osório, em Curitiba. No mesmo ano, também tocando flauta na Banda da Força Militar do Estado do Paraná, tocou no Teatro Nacional do Rio de Janeiro. Nas décadas de 1920 e 1930 atuou com seus conjuntos no Clube Thalia. Também se apresentou no Cassino Estância das Mercês, no alto do Edifício Garcês, o primeiro arranha céu de Curitiba. Ao longo da carreira atuou pelos grupos José da Cruz e Seu Conjunto Típico Regional e Bando Alegre – José da Cruz e Seus Solistas, Orquestra Regional Paranaense, Ideal Jazz Band, Quinteto Carioca, Rádio Jazz Típico e Orquestra Caramuru, com os quais realizava apresentações em diferentes locais da cidade de Curitiba além de compor e fazer arranjos. Compôs valsas, choros, foxes, dobrados, canções, cateretês, sambas, schottischs, lundus e marchinhas. Em 1943, seu “samba característico”, “Antisardina75”, com com letra de sua filha Odah Terezinha Cruz, conquistou o primeiro prêmio no concurso Antisardina, sendo ainda irradiado pela rádio P.R.B.2, a Radio Clube Paranaense. No carnaval de 1948, apresentou-se com o seu Bando Alegre, em baile carnavalesco da Sociedade Barriqueiro, em Curitiba, Paraná. Em 2012, um concerto com músicas suas foi apresentado na abertura do VIII Festival de Choro de Paris, pela Regional Jazz Band. Em 2014 e 2015, foi realizado um trabalho de pesquisa e catalogação de sua obra musical. Em 2014, com produção de campo e pesquisas da musicóloga Marília Giller, e adaptação e regência de Tiago Portela Otto, foi gravado o CD “José da Cruz – O Sabiá Paranaense” com a execução do dobrado “Bataclan”, os choros estilo curitibano “Curitibano” e “Caboclo velho”, o fox trot “Caramurú”; as valsas “Maria de Lourdes” e “Odah”, o schottisch “Meu padecer”, o samba choro “Pegue o Banjo”, a marcha carnavalesca “Cordão da Alegria”, o lundu carnavalesco “Carnavá na roça”, o cateretê “Viola provocadora”, a canção “Murmúrios do Itambé”, o choro “Q. Q. Q.” e o fox trot shimmy “O Sabiá Paranaense”.
JOSÉ DA CRUZ